13 de dez. de 2010

Amazônia: que emoção!

Cruzo nesse momento a Amazônia, não só brasileira, por toda sua extensão. A 11.600 metros de altitude a floresta se estende ao horizonte, a perder de vista, em uma paisagem completamente intocada. A natureza é exuberante. Que emoção! O que vejo, se trocada a cor, lembraria bem a descrição de Euclydes da Cunha sobre a Amazônia como um deserto, inclusive com suas dunas, pelo relevo levemente ondulado da planície, onde os pequenos rios se escondem.
Surge agora um maciço de pedra, plano e extenso, como uma calda de chocolate que se derramou relutantemente pela superfície da floresta, vindo sabe-se lá de onde. Que horas chegarão os Andes? Sua sinuosidade e neve tão próximas das árvores tropicais logo ali abaixo, mostram-se como que vizinhos impossíveis.
No sistema de som do avião toca jazz e bossa nova, enquanto a aeronave, desviando-se constantemente das turbulências do céu, vai realizando um bailar rítmico, parecendo tentar alcançar o arco-íris que aparece à janela, tão próximo. É um completo e verdadeiro show da natureza, dando um recado para os viajantes à Cancun: força! Compromisso! Esse valor intrínseco da natureza é um apelo à ética ambiental. Aliás, o verde da mata, o branco das nuvens e o azul do céu estão vivos na paisagem, gritando as cores de nossa bandeira. Só falta o amarelo - e não seria justamente ele o problema?
Ah! Agora o relevo começa a se enervar, alteando-se vertiginosamente. À direita, um surpreendente círculo-íris se forma e nos acompanha, logo antes de permitir a entrevisão do oceano pacífico. É o sinal de que diversa realidade se avizinha. Essa é, entretanto, outra história.

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